07 novembro, 2013

CLOSE YOUR EYES




Os meus músculos estão profundamente aborrecidos. Os níveis de adrenalina andam baixos e o sedentarismo está a matar-me lentamente. O mau humor e a sonolência facilmente ganham terreno. Estou em modo #cravingPara compensar, deixei de usar elevadores e subo e desco os maravilhosos 10 andares diários com muita felicidade. O meu plano é começar a fazer 100 abdominais de manhã mas confesso que sem o aval do médico não me atrevo a avançar. 

Tenho de ter muita paciência, eu sei. Prefiro recuperar maravilhosamente do que ceder à tentação de calçar os ténis e retroceder a olhos vistos. Logo agora que já consigo usar roupas normais - a perna já não tem complexos de balão. Adeus roupa confortável, olá peças #sexys! As saudades foram muitas!

O que me resta fazer é fechar os olhos e visualizar uma boa de corrida. O momento em que clico no play, desço as escadas a pensar no percurso que me apetece fazer, o som da porta a fechar-se e simplesmente sou livre novamente.  

30 outubro, 2013

HOJE HÁ DIREITO A BRINDES!

É verdade! O blogue ultrapassou as 1000 visualizações! Fui completamente apanhada de surpresa pois tinha deixado de acompanhar as estatísticas há já algum tempo. E, por coincidência, hoje foi também o primeiro dia que deixei as canadianas em casa! 

Confessem lá, merece ou não merece um grande brinde? 

Estou deveras feliz e tenho a agradecer a todos que me acompanham no blogue e também na vida real. Um obrigada muito especial à responsável pelos mimos diários - sim, estou a falar de ti, S. - e ao maravilhoso T. por acreditar num futuro maior que nós. 


OBRIGADA!


22 outubro, 2013

O INESPERADO ACONTECEU

Todos os dias várias pessoas passam por mim e perguntam como estou. O chit chat diário está focado na trombose e tal não me incomoda.  É isso ou falar da chuva. Até por vezes sabe bem ter de responder porque obriga-me a largar o negrume residual que guardo para mim e dar uma resposta mais optimista: "será uma longa recuperação mas estou no bom caminho". Afinal de contas foi isso que todos os médicos me disseram. 

E admito, o negrume alastrou-se nas últimas semanas. A realidade estava a voltar à normalidade e eu continuava assim, de canadianas, cansada, com a barriga cheia de marcas das injecções e sem capacidade de ter vida social. Para não falar da auto-estima com algumas sensibilidades agudas, coloquemos assim. 

" - Uma última pergunta, doutor: quando é que posso deixar as canadianas?  - Se quiser pode começar a tentar já hoje."

O meu queixo caiu. A melhor notícia que me podiam dar tornou-se realidade e hoje à noite, em casa, comecei a dar os meus primeiros passos. Simplesmente não dá para descrever a minha alegria neste momento. Rectifico: pura felicidade. 

Amanhã o chit chat já será bem diferente mas provavelmente sou eu a perguntar se não notam alguma diferença enquanto sorriu de orelha a orelha. Quase merece abrir a porta e libertar um "tcharaaaammm"!



(E sim, o meu "tcharam" será do mítico C.R.E.D.O.! Se não sabem do que falo, deixo aqui um belo exemplo)

14 outubro, 2013

O ROPODIO DAS DROGAS

Esta situação tem uma curva de melhoria só possível pelas injecções diárias. Já me habituei às mesmas e lido bem com a sua existência. O lado chato é que, todas as semanas, tenho de dirigir-me à minha médica de família para que esta me prescreva injecções para os 6 dias seguintes. 

Isto parece simples mas marcar  uma consulta é um processo moroso e as minhas injecções estão esgotadíssimas em todas as farmácias. Logo, para além de estar num rodopio das consultas, tenho que fazer um esforço diplomático e ligar para várias farmácias à procura da droga. Tenho tudo sob controlo e como conheço o sistema, consigo antecipar os passos a dar mas, confesso, tudo isto cansa-me muito. 

O lado bom é que quando começo a trabalhar, tudo isto perde o seu peso e volto a sentir-me útil à sociedade. Dias mais simples me esperam. 

12 outubro, 2013

O NOVO CAPÍTULO

Quando menos se espera, tudo muda. Não foi o universo, não foi o karma, foi simplesmente uma sucessão de acontecimentos lógicos que eu não consegui antecipar.  

Tenho alguns medos mas racionalizo-os de forma a que mereçam ter o peso que devem. Se ultrapassarem a minha compreensão (como quando por exemplo, na passada quarta-feira de trabalho, fiquei  com falta de ar), peço ajuda a quem realmente tem uma solução para me dar. Disse mais uma vez 'olá' ao Santa Maria mas saí de lá descansada e feliz.  

Adapto-me às necessidades, crio soluções práticas. Chegar ao trabalho de canadianas é cansativo? 1. Não sou a única pessoa do mundo a fazê-lo; 2. Crio uma atmosfera agradável: roupa apropriada, telemóvel por perto, uso mochila em vez de mala para ter equilíbrio e oiço um podcast. Os 30 minutos passam de forma mais leve. 

Optimismo baseado em factos reais: a minha perna já não dói e não está assim tão inchada. Honestamente a única coisa  chata desta situação toda são as dores que as canadianas provocam. 

E riu-me. Riu-me com quem está do meu lado que são sempre pessoas cheias de personalidade e com os maiores corações. Gozo, por exemplo, da minha lingerie outono/inverno - umas lindas meias de contenção. 

Não me passo um atestado de incapacitada e chego a ser teimosa. Se há loiça para lavar, lavo. Se há coisas a fazer, faço. Se tenho um trabalho, vou dar o meu melhor. 

Há também os momentos em que me sinto triste e aí não me coíbo. Curto-os até a razão dar-me a grande perspectiva: estou a melhorar e tenho as melhores pessoas do mundo*

Overall, é um mais um capítulo na minha história e episódios como estes só acontecem quando há vida nas veias. 

“To look life in the face, always, to look life in the face, and to know it for what it is... At last, to love it for what it is, and then to put it away.”

Virgínia Woolf 


04 outubro, 2013

A BREAK

Hoje as questões incomodam-me. O cansaço, a frustração das dores e o facto de sentir-me demasiado longe da família não ajudam nada. A ideia de levantar-me para beber água e com isso aumentar o meu nível de dor faz-me ficar sossegada. Prefiro a sede à dor. O corpo precisa de uma pausa, principalmente porque desde as 6h da manhã que estou de um lado para o outro. 

O optimismo e o sentido prático morreram com o despertador e com as contas atingirem os 3 dígitos. Fim-de-semana, vens na altura perfeita. 

DORES NAS MÃOS?

Espera lá, não é suposto as dores serem na perna? Não se é a primeira vez que se usa canadianas. Tal facto era-me desconhecido e abalroou-me totalmente. Ora bolas! Podia ser uma farmácia ambulante e é das mãos que me queixo?! Give me a break, please. 

Agora tenho uma percepção completamente diferente da cidade, penso em coisas que não pensava e um caracol conseguia ultrapassar-me, não demorasse eu 50 minutos a fazer um trajecto que normalmente demoraria uns 5 minutos. É frustrante mas tenho de me adaptar, por isso vou cantarolando até ao meu destino (na tentativa de não ouvir aquela voz que me manda parar por todos os santinhos) e uso o mantra "estás quase lá, tu consegues!" quando estou na rua final. 
 
Olho para os corredores com um olhar bucólico, sim, mas sei que daqui a uns meses estarei de volta. Não com a força de antes mas uma ainda mais sabia. 

Até lá vou tentar fazer as pazes com as minhas canadianas que até são bem giras. Até já foram mimadas pelo sr. segurança do meu prédio com ligaduras para que as mãos não sofram tanto. Pequenos gestos, grandes impactos.


02 outubro, 2013

O VEREDITO FINAL

Foi um pouco pior do que estava à espera. Tenho uma trombose profunda na perna esquerda - basicamente o sangue não circula como deveria - e parece que é um resultado um pouco estranho para a minha idade. 

Quanto à rotura dos gémeos, os médicos tinham opiniões divergentes e, honestamente, não sei se tenho ou não. Ao final de não sei quantas horas, inúmeras picadas, vários exames e dores non-stop, já não conseguia assimilar a 100%. 

A mochila do ginásio desta vez chegou a casa com várias caixas de injeções que eu terei de administrar (o pânico) e uma catrefada de medicamentos.

É uma situação um pouco chata, vou ter que me habituar a usar canadianas e a minha agenda estará repleta de consultas ao fisioterapeuta. 

Nos próximos tempos este espaço não falará das típicas façanhas desportivas mas sim primará pelas da recuperação. 

Overcome everyday*



A PAUSA

O prognóstico não é feliz mas pelo menos já compreendo as dores. 

Rotura dos gémeos esquerdos com mais umas coisinhas que não percebi muito bem. Não devia ter esperado tanto tempo para ter sido observada e perguntaram-me como é que conseguia trabalhar assim. Mal sabem que trabalhei e tive uma prestação brutal, se não estivesse coxa ninguém percebia nada.

Ainda estou à espera dos resultados finais e da prescrição do tratamento mas envolverá fisioterapia e umas estilosas canadianas. To be continued...

P.S.: durante estes dias todos estas dores não fizeram as lágrimas rolarem mas, quando vi uma agulha aproximar-se, voltei a ser aquela criança que chorava como se tivesse ficado orfã. Desta vez os sons foram de uma mulher adulta e ambas as picadas foram extremamente rápidas e indolores. Obrigada enfermeiros eficientes.

URGÊNCIAS, MISSED ME?

Eu não. A minha lesão no tornozelo direito fez com que a minha outra perna tivesse ficado fraca - aguentar este 1.78m de beleza tem disto. Agora desenvolvi uma inflamação no gémeo esquerdo e nunca pensei dizer isto: prefiro torcer o pé. Eu. É verdade.

Dores, choques, muita dificuldade em andar e em dormir fizeram-me sair do trabalho e apanhar um taxi para o Santa Maria. Não é que estas magníficas urgências têm wifi? A viciada em iphone que há em mim agradece a todas as pessoas que tomaram esta decisão.

Mas como isto se trata de um processo de espera e mais espera, aproveitei para me entreter com este post. Qual será o veredicto final? To be continued...


24 setembro, 2013

SENSAÇÃO DE ARREPIO

O que nos mexe. O que nos toca. O que nos faz ser mais e maior. O que nos dá aquela sensação de arrepio que percorre todo o corpo. Conhecer-mo-nos é sinónimo de vida. A nossa vida. 

10 dias após tê-los descalçado com esforço, decidi que as saudades tinham que ser deixadas para trás e fiz-me à estrada. Passava pouco das 23h e na rua as pessoas aqueciam as esplanadas. A velocidade foi moderada, tal como a distância: 4 km em 30 minutos. Hoje o importante não foi ultrapassar metas antigas, foi sentir por todo o meu corpo que a minha Felicidade passa por este simples acto de liberdade. 





21 setembro, 2013

OLÁ, O MEU NOME É BÁRBARA E SOU VICIADA

Já se passaram 7 dias desde a fatídica lesão e, apesar de estar consciente que preciso de mais alguns dias, estou que não posso. Não sei o que fazer ao Sábado de manhã. Sim, dormir seria uma opção mas sei que depois acordaria a sentir-me ainda mais inútil. Depois penso em mil e um planos interessantes mas envolvem sempre andar e cansar o pé. What a blah day!

Já chega, vou a uma aula de yoga e, dentro dos possíveis, fazer os exercícios que o meu pé permitir! E é a aula que envolve menos movimento e tudo (sim, estou a convencer-me que é uma boa opção). 

Isto parece uma conversa de viciados mas a verdade é que o desporto tornou-se no meu #high diário. Preciso daquela dose de endorfinas para sentir-me normal. 7 dias sem a droga de eleição é demasiado! 

Até jáááááá!





17 setembro, 2013

MR. OVERCOME

Youtube. Instagram. Ironman. Nike. Aviões. Estas são as primeiras palavras que me ocorrem quando penso em Casey Neistat. Ah, e obcecado por isto:


Agora imaginem todas estas células envoltas num profundo espírito de superação! Bom, para mim são horas de entretenimento! E o seu mais recente vídeo, em África, demonstra como ele simplesmente não consegue estar parado.



Se depois disto querem saber mais sobre ele, aqui fica um óptimo perfil pelo The Aesthete. A sneack peek:

"Physically, Neistat is an intense looking man. With the face of a Russian boxer who has grown out his hair during hiatus, he possesses that kind of rare human energy that, if otherwise directed, could be used for criminal endeavors. He’s also in enviably good shape. You can’t purposely flip over the handlebars of a bike (watch his video protest of the city’s inane bike lane laws to see why) or jump into the sea from a 100-foot-high cliff unless your body can take it."



P.S.: The Truth Behind Calorie LabelsCasey estava com dúvidas por isso colocou as mãos na comida. Literalmente. E com ajuda científica. 

16 setembro, 2013

O HABITUÉ DAS LESÕES

Estar lesionada ao fim-de-semana até nem é de todo mau, já durante a semana é simplesmente um aborrecimento. A mochila do gym está vazia, os ténis sossegados e eu também. Fisicamente apenas porque psicologicamente estou em modo craving: #queromexermejá! Depois são os compromissos profissionais que me fazem andar, ou melhor, coxear. Um trajecto que normalmente leva 5 minutos demora 15, e eu com uma indumentária preta debaixo deste sol. Na mouche, Madame Babi, na mouche! Acho que lentamente estou a melhorar mas, na verdade, há momentos em que me sinto num limbo da suposta recuperação. 

Mas como este tipo de lesões estão inerentes ao desporto, deixo aqui as mais típicas de corredores, seleccionadas pelo TSF Runners (muito amor a este podcast, btw). E como a sua coolness não se fica pelas palavras, o TSF Runners terá a sua primeira corrida já a 26 de Outubro, em Lisboa. Todos os detalhes e inscrição aqui. Se melhorar a tempo da 10k, quem sabe! Vontade não falta!

15 setembro, 2013

UMA NOITE MAL DORMIDA

Depois do episódio de ontem, fui o mais prática possível e baixei o volume do queixume ao mínimo. É uma entorse, nada mais! Isto foi durante o dia mas, à noite, esperava-me outro cenário.

Local do sonho: Rio de Janeiro;
Objectivo: voo de parapente.

Todos saltavam e eu continuava na rampa. Não compreendia porquê e não conseguia ver o meu corpo. De repente fiquei só, no topo, com a cidade aos meus pés e refém de mim mesma. Após alguns desenvolvimentos compreendi que nunca mais poderia fazer desporto, que engordaria tudo o que havia para engordar - uma morte lenta - e, a determinado ponto, a anorexia seria o meu escape.

Na minha vida sempre tive e fiz questão de desenvolver ferramentas para saber lidar e incorporar os aspectos negativos da vida mas, desta vez, não tinha conseguido. 

Confesso que acordei enjoada (e até rabugenta) com todo o #drama e, quando olhei para o pé, estava normal. Ouviste cérebro? Dorido, é certo, mas o expectável. Numa tour pela casa - apenas uma porque não quero esforçar demasiado - fiz um batido super nutritivo e fui buscar um saco de gelo para o dia 2. De volta à realidade prática e até já pensei em exercícios para os braços e abs. Não sei se terei paciência de concretizá-los , é certo, mas é a minha forma de superar as coisas: há sempre uma solução, há sempre um caminho.

14 setembro, 2013

O DELAY DA SEXTA-FEIRA 13!

Lembram-se quando disse que, em termos de lesões, a coisa que tinha mais medo era de torcer o pé? 

Guess what...

Adoro ir ao gym aos sábados de manhã, começar o fim-de-semana cheia de energia e super relaxada do yoga. Primeira aula? Cardio! É das poucas com coreografia que eu retiro prazer e é óptima para trabalhar o corpo todo. O que não estava à espera era da multidão pós-férias e iniciados... Sala cooompletamente a abarrotar e como cheguei tarde fiquei na última fila - coisa que normalmente agradeço. 

À minha frente, uma miúda nova, ao meu lado direito também. Mas tudo bem, desde que cada uma entre na onda e dê espaço, tudo se concretiza, ou pensava eu. Nem 5 minutos depois do início, faço um duplo salto para a direita mas o mesmo não aconteceu com a rapariga da direita. Ao assentar o pé direito, sinto-o a quebrar totalmente em cima de um pé alheio. 

Bolas! Tinha acontecido! Todos aqueles momentos na corrida em que visualizo uma possível queda e previno-a. Desta não estava à espera. E também não estava à espera que a miúda da frente caísse em cima de mim porque estava totalmente alheia ao que tinha ocorrido e estava preocupada em seguir a coreografia. Isto tudo durou 5 segundos. Levantei-me e saí da aula. O dia tinha acabado ali. 

O que vale é que a Sofia L. trouxe-me de carro até casa - life saving moment! Depois só tive que subir 4 andares sem elevador e no conforto aqui jazo. 

Agora estou a ser minuciosamente cuidadosa com o pé: colocar muito gelo e tomar drogas para ajudar o processo. A ideia de não poder fazer nada nos próximos dias é-me profundamente aborrecida... LOGO AGORA QUE TINHA PERDIDO O PESO DAS FÉRIAS! 

Lesões de guerra fazem parte, só espero é que esta não dure para sempre e arruíne o meu amor visceral, a corrida.


06 setembro, 2013

O DRAMA. O HORROR. A TRAGÉDIA.

Depois de uma belas semanas de férias o meu corpo decidiu que já estava na hora de voltar ao trabalho. Bom, na verdade foi a balança - but who cares. Após ter-me pesado em algumas balanças por este país fora (consciência pesada leva a isso), decidi que na segunda-feira iria voltar à realidade numa balança fidedigna. A palpitação cardíaca aumentou quando estava prestes a subir... E o cenário provável aconteceu: mais 4 quilos. 4??!?! Senti que merecia condolências. 


1. NEGAÇÃO - Esta balança não pode estar bem. Não pode. Desde quando é que as farmácias têm boas balanças? Que desperdício de 50 cêntimos. 


2. RAIVA - LOSER! LO-LO-LO-LO-SER! "Ai, olha para mim, fui de férias e comi imensos doces e consigo contar quantas vezes calcei os ténis num espaço de semanas" Voi lá, feliz com o resultado?!?! L!


3. NEGOCIAÇÃO - Prometo que vou voltar a comer sem aqueles pequenos excessos diários (esse veneno disfarçado) e que farei exercício todos os dias. Todos! Olha para mim a sair a correr da farmácia. Olha!


4. DEPRESSÃO - Bolas. Quatro quilos. Quatro. É desta que perco o rumo. Eu sabia que um dia ia acontecer isto. Não sou feita para ser como era. Adeus corpo. Adeus ginásio. Adeus corrida. Até sempre. 


5. EUREKA/ACEITAÇÃO - Pst, pst, já te vitimaste o suficiente ou ainda queres mais espaço? Please, quem perde 12 quilos em 4 meses, não perde esses míseros 4? Foste de férias, comeste de forma razoável e apimentaste os momentos mortos com coisas doces. Bu-uh! A tua vida acabou, que comece a música fúnebre... A verdade é que tu não precisas de planos rígidos ou dietas malucas, tu és naturalmente assim: metabolismo um pouco lento mas quando trabalhas esses músculos, ninguém te pára. VAIS CORRER UMA MARATONA! Conheces muitas pessoas que façam isso? Não!! Então cala-te e work it off!

E 4 dias depois do dia fatídico já perdi quase 2 quilos. Tudo pontuado com exercício físico diário e uma boa alimentação - mmmm, ok, tirando uma ou outra refeição mas gosto de ser exigente q.b. É importante dizer que esses cinco estádios demoraram alguns minutos e nada como uma aula de trx de 50 minutos  com uma instrutora nazi (descrito de forma hilariante por Sofia L.) para fazer-me sentir invencível. 

24 agosto, 2013

É OU NÃO É PURO AMOR?

Quem diria que, após a minha aterragem em Lisboa, o primeiro destino seria a aula de Bunda? O chato foi ter lá chegado atrasada e o único lugar vago ser mesmo em frente à instrutora. Todos os exercícios foram feitos com a profunda noção que tinha uma plateia de mulheres a olhar não directamente para mim, mas quase. Que pressão! Como a minha presença deixou de ser assídua há exactamente duas semanas, foi o suficiente para hoje acordar completamente moída.

Estar moída + cheia-de-sono, resultou na sabotagem do meu plano que passava por três aulas seguidas. Felizmente, por volta do meio-dia, consegui arrastar-me para a minha favorita: o yoga. "Bem-vinda, menina das corridas", recebe-me a instrutora que não decora nomes de ninguém, apenas de quem os partilha com os seus familiares. Confesso que antes me irritava um pouco mas agora até acho cool. Continuo a ser anónima entre os pares do ginásio (coisa que faço questão) mas tenho uma imagem de marca. Embora a aula tivesse sido um pouco difícil devido a toda uma extensão de posições piramidais, saí de lá relaxada e serena. Missão cumprida!

Ou talvez ainda não. Hoje à tarde não resisti e calcei os ténis para uma bela corrida. Voltar ao meu elemento é um conforto inexplicável - conhecer todas as estradas, as suas inclinações e onde não colocar o pé com risco de entorse (sim, durante toda a corrida fico um bocado obcecada com tal perspectiva hedionda). Estava um vento profundamente agradável, a música foi uma óptima companhia e o resultado foi este:



908 calorias? 908 CALORIAS? Para além de ter corrido com facilidade estes 12km, ainda tenho a bonança de ter perdido 908 calorias? A corrida é ou não é puro amor?

19 agosto, 2013

CHALLENGE ACCEPTED!

Uma das formas mais eficientes de motivação no meu dia-a-dia é sem dúvida a superação. Fazer algo maior, diferente e memorável tem de fazer parte do meu treino. Não é em vão que o meu próximo Everest será a maratona. Só de pensar nisso fico com o estômago às voltas, é verdade, mas tenho um ano de preparação pela frente e muitas metas a superar.
 
Hoje fiz algo inovador: corri da minha casa até ao centro do Funchal. Não sabia quanto tempo iria demorar, quantos quilómetros faria mas estava absolutamente certa que conseguiria fazê-lo, demorasse o tempo que demorasse. Olhando para traz compreendo que é essa paciência e confiança que me permitem dar aquele passo maior.
 
Antes de calçar os ténis a preguiça foi profundamente sedutora "estás de férias por isso volta para a cama... Compensas depois." Cedi por uns minutos mas, passo a passo, preparei-me para sair e quando bati com a porta sabia que era tudo o que precisava - uma nano aventura.  
 
 
No final do primeiro quilómetro tirei a fotografia para assinalar a minha meta: a marina do Funchal. Let's go! A música estava com óptimos timmings, Kanye West a dar o beet, Rudimental a fazer-me acelerar o passo e tudo com muito cuidado para não ser atropelada. Grande parte do caminho foi feito no alcatrão e até cheguei a passar por uma estrada que, ao mínimo descuido, podia ditar uma queda de dezenas de metros. Aí desliguei a música e fui ouvindo o trânsito.
 
Para minha surpresa cheguei ao fim de 3km. "Só isto?? Bolas!" Queria que se tivesse prolongado muito mais por isso comecei às voltas pela cidade e parei na minha meta para uma fotografia.
 

 
 
Ao fim de 6km ponderei se conseguiria voltar para casa a correr mas, o que se fez de forma muito fácil a descer, podia significar o puro inferno na terra a subir. Fiquei-me pela fantástica mudança de percepção de distâncias que tive toda a minha vida e, da próxima vez, descerei de um pico ainda mais alto. O Haruki Murakami treina para as suas maratonas no Hawai, eu tenho a Madeira.
 
 
 
 

18 agosto, 2013

FÉRIAS MUSCULARES

Nestas férias bateram-se recordes: não faço exercício há quatro dias. O sentimento de culpa existe mas não o suficiente para fazer alguma coisa pois o meu mote é: não abuses mas não te leves tão a sério - ennnjoooyyy!

As refeições estão bem posicionadas na roda dos alimentos, excepto uma fuga familiar à gastronomia local. Conhecem o prato típico chamado "Picado"? Ora muito bem, para quem não sabe é algo extremamente simples mas eficaz: batatas fritas (e estas tinham oregãos), carne de vaca aos cubos envolta num molho fantástico e salada. Mentira: quatro rodelas de tomate. Acreditem, it's to die for! Colocava aqui uma bela fotografia mas não quero que isto se torne num blogue de food porn.

O problema tem sido as ideias da minha irmã e a minha incapacidade em dizer-lhe não. Muffins de nutela caseiros? Check! Waffles acabadas de fazer? Check! Batatas fritas de pacote? Check! Gelados? Check and check! A minha única tentativa na área das gulodices passou por fazer um pão de cereais e banana e... Bom. Passadas 8h o pão está quase intacto. A receita não acertou mas sei que o meu corpo agradece... Como também agradeceu todos os doces, acreditem!

Para compensar estes maravilhosos dias, a estrada estará à minha espera daqui a umas horas e eu, finalmente, não vejo a hora de revê-la! 



14 agosto, 2013

SOZINHA vs ACOMPANHADA

A corrida é um momento de pura paz de espírito, de libertar pressão, de gritar ao mundo ou simplesmente de não pensar em nada e dançar ao ritmo das músicas. É um escape. O meu escape. Quando estou muito stressada ou irritada, as pessoas mais próximas tendem a dizer: "vai correr". É a minha panaceia

Como estou de férias com a família, faço questão de passar o máximo de tempo possível com eles, logo, quando corro, vou com o meu pai. Não me interpretem mal, adoro correr com ele, é um momento extremamente precioso e único, mas dou por mim a pensar que preciso daquele escape. 


13 agosto, 2013

BIGGEST LOSER STYLE

Antes de vir de férias tinha um plano mental: fazer exercício todos os dias! Estar longe do ginásio podia facilmente quebrar o meu ciclo de motivação e o sofá podia tornar-se o meu maior aliado. Não seria a primeira vez. 

Ao quarto dia de férias fico feliz de poder dizer que ainda não falhei. É viver um dia de cada vez, não planear muito e encontrar uma motivação extra. Ontem encontrei a motivação que precisava para a manhã de hoje: um vídeo de 55 minutos da Jillian Michaels chamado "Banish Fat Boost Metabolism Complete Workout". Convidativo, não é?

Já tinha feito um vídeo para abs com ela, no domingo, e foi super intenso. Senti-me com um instrutor no gym mas a parte boa é que ninguém dizia nada quando acabava antes... Mas é um segredo que fica entre nós, ok?

Hoje a conversa foi outra. Os exercícios eram de cardio mas com base no kickboxing, logo, foi deveras divertido. E cansativo. Muito cansativo. Ainda bem que contei com a companhia da minha irmã porque sentíamo-nos umas ninjas da aeróbica, Só faltava a roupa de licra fluorescente.

Overall, recomendo vivamente estes 55 minutos de puro cansaço e preparem-se para ouvir coisas como "Shake What Your Mama Gave Ya".



12 agosto, 2013

BED, I LOVE YOU SO MUCH

Há dias em que simplesmente pensar em correr é cansativo. Hoje foi assim. O combinado era sair de casa pouco depois das 8h30 mas só consegui levantar-me poucos minutos antes. Erro, arrastar-me uns minutos antes. E o mau humor? Dear god, só conseguia comunicar por monossílabos. Conversas existenciais com o sol ainda a nascer nunca foram um prazer para mim. 

Durante a escola a minha mãe jurou nunca mais falar comigo de manhã, mas ela tem problemas, é uma morning person. Um dia de trabalho normal para ela é acordar às 3h, 4h da manhã. #shoot me

Mas vá, tenho de confessar, durante o resto do ano gosto de correr de manhã antes de ir trabalhar. É mais prático e vou ao meu ritmo, sem compromissos com ninguém. O problema desta manhã foi o facto de estar de férias e o chit-chat

Lá chegamos à promenade e ver o mar foi conciliador - ou pensava eu. Coloquei a playlist de verão que tinha criado e comecei a correr. O propósito de ir cedo era para apanhar um tempo mais fresco mas tal não aconteceu. Ao primeiro quilómetro toda eu era um pingo. Prometi a mim mesma que não passava dos míseros 5km e que todo aquele sofrimento iria valer apena. Usei todos os mantras possíveis. Ao quarto quilómetro o meu pai foi um querido e disse-me: "vá, este último km é todo teu". Adoro motivação positiva! A última música teve um timming perfeito e dei o meu máximo. 



Momento de catarse: acabar a corrida e dar um mergulho no mar que estava com uma temperatura de 20º. Sim, no final, valeu apena todo o drama. O meu pai diz que isto é qualidade de vida e tenho que concordar com ele... A partir das 10h da manhã.


11 agosto, 2013

ANÚNCIOS QUE MERECEM AMOR

No que toca a love brands do mundo do desporto, a Nike é sem dúvida uma das mais bem conseguidas. Adoro as suas campanhas inovadoras e a forma como se adaptaram às novas plataformas electrónicas. Apesar disso, uma campanha de outra marca tirou-me completamente o tapete: "Better Your Best" da Asics

Tal aconteceu com grande surpresa pois, apesar dos meus ténis serem dessa marca (e ter levado imenso tempo a gostar da sua estética - big plus na eficiência, though), não estava à espera de algo tão bem conseguido. As expectativas também estavam muito baixas...

O mote não é a última coca-cola do deserto, recorre a relatos pessoais de desportistas de renome sobre os seus percursos. What else is new?! Mas a magia, essa, está escondida na escolha das histórias, na extraordinária beleza das imagens e, claro, no impacto que a corrida/desporto teve nas suas vidas. A equação perfeita para um blogue chamado "Overcome Everyday".


I AM MADE OF STICKING TO MY PATH NO MATTER WHAT
Christian Schiester



I AM MADE OF GETTING UP, NOT STAYING DOWN
Helen Jenkins



I AM MADE OF THE NEXT CHALLENGE, NOT THE LAST

Runner Vincent O'Neill



                              

CORRIDA DE UMA VIDA



Passavam 10 minutos das 5 e a luz quente da tarde pedia pela corrida inaugural de férias.
Convidei o meu pai mas, confesso, inicialmente estava com um ligeiro nervoso porque nunca tinha corrido com ele e sei que é super competitivo.

A verdade é que a sua felicidade em receber o convite ditou toda a energia dos 8km. Teve uma postura motivadora (e acreditem, fazer uma subida íngreme durante 2km com palavras positivas fez toda a diferença) e também super desafiante. Nunca tinha corrido com 90% de humidade no ar e o sol começou a ser mais do que agradável. Para não falar das rectas “planas” que merecem as devidas aspas.

Apesar de todo o esforço inerente, levarei esta corrida para a vida. Foi absolutamente marcante a vários níveis. A próxima já está marcada e terá sabor a maresia.

Life is good!

O QUE A ADOLESCENTE NÃO FEZ



Se alguém me tivesse dito, há uns anos atrás, enquanto via a cena do filme "What Women Want", que aquelas palavras poderiam ser um perfeito exemplo do que sinto pela corrida, teria saído do sofá e calçado os ténis. Obviamente não foi o que fiz. 

O meu percurso desportivo foi deveras básico: as típicas aulas de desporto na escola, pontuadas com notas altas, duas passagens extra curriculares pelo Voleibol e Basquetebol (aqui cheguei até à selecção nacional), mas acabei por desistir das duas. Era divertido mas não sentia aquele bichinho e, honestamente, estava pouco preocupada em disciplinar-me nessa área. A apetência estava lá, a vontade não.

Entretanto, já depois da faculdade, comecei a correr a convite da S. Plano de fundo? Estádio Universitário de Lisboa. A resistência não passava dos 10 minutos e assim se prolongou por uns tempos, mas estávamos convictas que conseguiríamos mais. Aqueles momentos, apesar do sofrimento incial, começaram a fazer parte do meu dia-a-dia. O bichinho tinha crescido e já tinha vontade própria. 

A partir de Abril deste ano decidi mudar de atitude e, pela primeira vez na vida, disciplinei-me. Corro 3 a 4 vezes por semana, no mínimo 5km, e os resultados estão à vista: perdi 12 kg.

Quero riscar o que disse anteriormente. Afinal de contas, o que gostaria que me tivessem dito era isto: “12 kg! Do-ze”. De acordo com o Índice de Massa Corporal, tenho o peso ideal. Ouviste adolescente?

DIÁRIO DE BORDO



 
Desde que me lembro, adoro ler histórias de superação em todos os seus cenários. Aquele passo a mais, aquela irreverência, aquele dom. Pessoas que preferiram escolher o futuro em vez do medo e do conforto. É uma forma de vida que nem sempre é fácil mas que cria as melhores memórias.

O Overcome Everyday será o meu diário de bordo da minha próxima façanha: correr uma maratona em 2014! E, obviamente, partilharei histórias inspiradoras de quem se atreveu a ser maior.


Até lá, #overcomeveryday!